E para empezar os trabalhos, vamos falar dela, nosso meio de vida, objeto de estudo e contemplação, a minha terra. Pelas palavras versadas do Colmar Duarte ( ele é de Uruguaiana, mas isso a gente releva)
CHERETÃ
Meu amor
pela Terra não é cego.
Não é
paixão feroz, desenfreada.
Nem tem o
espanto, o ciúme e a saudade
Desse
amor da primeira namorada.
Meu amor
pela Terra não precisa
De
clarins, estandartes e bandeiras;
Nem
carimbos, registros e diplomas
Que lhe
calcem esporas cantadeiras.
Meu amor
pela Terra vem dos tempos,
Na
memória dos gens que me dão forma;
Nas
artérias que irrigam minha carne,
No sopro
que dá luz à minha alma.
É um amor
consciente da certeza
De quem
sabe esse amor purificado
No
convívio incestuoso partilhado
Com a
Terra que é minha natureza.
Pacha
Mama do Inca trucidado,
Cheretã
do Charrua exterminado,
Chão sem
fronteiras do meu universo;
Que vive
em mim no barro do meu corpo
Que canta
em mim nos sons desta garganta
E há de
ficar pra sempre no meu verso.
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